Minimum Lovable Product: consiste seu cliente com o mínimo

O Poder do Produto Encantador: Despertando Emoções e Conquistando Clientes com o Mínimo Necessário

Certamente todos, ou pelo menos a maioria de nós já está familiarizada com o conceito de Produto Mínimo Viável (MVP), não é mesmo?

Considerando que um Minimum Viable Product, MVP um produto com funcionalidades essenciais que são suficientes para aprender e evoluir, evitando gastos excessivos com recursos mortos.

O que é Minimum Lovable Product?

Assim como na estratégia do Mínimo Produto Viável, o desenvolvimento de um Minimum Lovable Product (MLP)  compartilha de grande parte de suas características que permitem a criação de produtos mínimos, funcionais e verificáveis (testáveis).

O Minimum Lovable Product (MLP) vai além do MVP, uma abordagem progressiva no desenvolvimento, criando produtos minimamente encantadores.
O Minimum Lovable Product (MLP), ou Produto Mínimo Amável, representa uma abordagem progressiva no desenvolvimento de produtos, transcendendo o conceito do Produto Mínimo Viável (MVP). Enquanto o MVP se concentra na funcionalidade básica, o MLP vai além, buscando criar uma experiência que não só atenda às necessidades essenciais dos usuários, mas também os envolva emocionalmente e os encante.

O que torna um Minimum Lovable Product algo especial, é o fato de que ele busca também despertar emoções positivas nos usuários e criar uma conexão emocional com o produto. Isso significa que o MLP não se preocupa apenas em entregar uma solução funcional, mas também em oferecer uma experiência agradável e encantadora.

Qual a diferença entre MVP e MLP?

O MVP (Produto Mínimo Viável) e o MLP (Produto Mínimo Amável) compartilham o objetivo de abordar a criação de produtos de maneira eficaz, focando no usuário, mas com abordagens distintas.

Podemos identificar facilmente 10 pontos de convergência nos objetivos e características das duas estratégias:

  1. Compreensão das Necessidades: Ambos enfatizam entender profundamente o que os usuários precisam ao criar um produto.
  2. Melhorias Graduais: MVP e MLP evoluem a partir de uma versão básica, aprimorando com feedback contínuo.
  3. Validação na Prática: Tanto os produtos mínimos amáveis quando os viáveis valorizam testar suas ideias no mundo real para validar suposições.
  4. Lançamento Estratégico: MVP e MLP priorizam lançar cedo, coletando feedback real.
  5. Enfoque Essencial: Evitam gastos extras focando nas funcionalidades cruciais que agregam valor à solução.
  6. Preparação para o Futuro: Criam base sólida para crescimento gradual e escalável do produto.
  7. Decisões Baseadas em Dados: Coletar e analisar informações sobre a utilização do produto ajuda a orientar o aprimoramento contínuo.
  8. Feedback é importante: Tanto o MVP quanto o MLP valorizam as opiniões dos usuários para melhorias
  9. Valor da cada estratégia: O MVP busca fornecer valor funcional, enquanto o MLP – Minimum Lovable Product procura adicionar um toque emocional e uma conexão mais profunda.
  10. Aceitação de Mudanças: Ambos reconhecem que é normal ajustar ou mudar as ideias iniciais com base no feedback dos usuários.

Perigos do Produto Mínimo Viável e também do Amável

Acredito que já esteja claro para os ‘C levels’, gerentes de produto e demais tomadores de decisões nas empresas, que é possível ter ambições de resultados amplos com um produto, mesmo que os passos iniciais sejam modestos, e qual a importância disso!

Por isso, adotar o MVP se tornou essencial para criar produtos sem rasgar dinheiro e nem perder o timing do negócio.

Entretanto, utilizar MVP pode nos fazer cometer um pecado quase capital: negligenciar as a utilidade, aceitação e aderência das funcionalidades desse mínimo produto, e principalmente: será que os usuários realmente desejam isso?

Vantagens do MVP

O MVP, ou Produto Mínimo Viável, é uma maneira de criar produtos ou serviços de forma mais rápida e eficiente.

Vantagens do desenvolvimento de um produto mínimo viável.
O MVP (Produto Mínimo Viável) oferece benefícios como obtenção rápida de feedback dos usuários, testes imediatos do potencial do produto e planejamento de recursos com base em métricas.

Ele tem algumas vantagens, como poder receber opiniões dos usuários logo no início, testar se as pessoas vão gostar do produto e criar um plano para melhorar o produto usando informações que são coletadas.

  • Obter feedback rápido dos usuários.
  • Testar imediatamente o potencial do produto.
  • Criar um plano de recursos baseado em métricas obtidas.

Perigos do MVP

O uso de modelos de desenvolvimento de produtos mínimos viáveis, esconde algunsperigos. Um deles é que pode ser difícil decidir o que é mínimo e necessário para o produto.

Perigos do desenvolvimento de produtos mínimos (MVP).
A adoção de abordagens que envolvem o desenvolvimento de produtos mínimos viáveis apresenta certos riscos ocultos. Um deles reside na complexidade de determinar os elementos mínimos e essenciais do produto.

Pessoas podem se preocupar mais em ter várias funcionalidades do que atender a necessidade, ou  então sentirem-se frustrados com um produto ‘simples demais’.

  • Dificuldade em definir o que é “mínimo”.
  • Ênfase nas funcionalidades em vez da excelência.
  • Clientes podem não se satisfazer com funcionalidades simples.

Foco no que importa: o coração do usuário

busca reorientar o modo como encaramos o desenvolvimento de produtos ao introduzir o conceito do Minimum Lovable Product (MLP).

Scott Hurff definiu o conceito de Minimum Lovable Product em seu livro “Designing products that people love como “a abordagem que oferece uma solução notavelmente excepcional na dimensão mais crítica, com o objetivo de instigar e provocar emoções positivas nos clientes”.

O objetivo vai além de simplesmente oferecer uma funcionalidade essencial; trata-se de forjar uma experiência que ecoe de forma emocional nos usuários, estabelecendo uma conexão profunda com seus anseios e exigências.

A abordagem proposta por Hurff enfatiza a importância de criar produtos que não apenas atendam a requisitos funcionais, mas que também inspirem sentimentos positivos nos clientes.

A principal diferença entre o MVP e o MLP é o foco na experiência emocional.
A principal diferença entre o MVP e o MLP é o foco na funcionalidade mínima viável no MVP, enquanto o MLP se concentra em oferecer uma experiência que não apenas seja funcional, mas também desperte um nível inicial de encantamento e satisfação nos usuários.

Isso implica em identificar e concentrar-se na característica mais crucial do produto, garantindo que seja excepcionalmente satisfatória para os usuários.

Portanto, o MLP desafia a mentalidade convencional de um produto mínimo viável, direcionando o foco para uma entrega que seja não apenas funcional, mas que também cative e crie uma conexão emocional com os clientes.

Como e criar um Minimum Lovable Product?

Criar um Minimum Lovable Product (MLP) envolve a concepção de um produto ou serviço que tenha um nível mínimo de funcionalidades, mas que seja capaz de encantar os usuários.

Diferente de um Minimum Viable Product (MVP), o MLP busca não apenas atender às necessidades básicas dos clientes, mas também proporcionar uma experiência agradável e satisfatória.

Para desenvolver um MLP, é necessário compreender profundamente as necessidades dos usuários e identificar os recursos essenciais que irão gerar uma conexão emocional com o produto. Além disso, é fundamental buscar um equilíbrio entre simplicidade e qualidade, garantindo que o MLP seja fácil de usar e tenha um design atraente.

Primeiro passo: Quais as possibilidades?

Pegue um pedaço de papel (ou utilize post-its ou uma planilha do Excel) e coloque no papel todas as hipóteses que vierem à mente sobre o produto que está prestes a lançar. Identifique o público-alvo e suas necessidades imediatas, bem como o problema que está tentando resolver.

Uma dica para elaborar essa lista é imaginar que você precisa redigir um comunicado de imprensa sobre o seu produto. O leitor seria o usuário que você visualiza como o destinatário do produto. O que você gostaria de compartilhar com ele?

Realizar esse exercício ajudará a visualizar o produto sob a perspectiva de como você o descreveria para cativar alguém.

Segundo passo: Requisitos e features

Enumere em uma lista todas as características do produto que lhe ocorram. Não coloque limites a elas, permita que a imaginação flua. Depois, você lidará com a tarefa de reduzir essa lista.

Em seguida, pegue essa lista e reflita sobre o que poderia ser realizado manualmente. Lembre-se de que, no começo, não é crucial buscar a escalabilidade (veja um artigo específico sobre isso), mas sim verificar se suas suposições têm base.

Caso queira tornar tudo mais concreto, experimente fazer esboços em um pedaço de papel de todas as características que consegue visualizar, para começar a entender como o usuário poderia percebê-las.

Terceiro passo: Refinando a lista de features

Agora é hora de revisitar a lista completa e atribuir um valor a cada característica individual: dê um número para representar o benefício que você acredita que ela proporcionaria ao usuário e outro número para o risco que ela poderia apresentar (com base na sua confiança nesse benefício).

Aqui estão algumas perguntas que podem te guiar nesse processo:

  • Se essa característica fosse retirada, o produto ainda conseguiria resolver o problema do usuário?
  • Se decidisse não incluir essa característica, o produto continuaria funcionando adequadamente?
  • Eu incluí essa característica porque tenho uma preferência pessoal por ela ou porque existem dados que sustentem a minha hipótese?

Além disso, você pode até considerar fazer essas perguntas diretamente para possíveis usuários. Não é tão fácil quanto apenas perguntar aos usuários o que desejam e depois tentar entregar a eles exatamente o que pediram: assim que você criar algo, eles vão desejar algo diferente e novo!

Uma abordagem eficaz é primeiro descrever de forma clara o problema que deseja solucionar então apresentar ao usuário diversas opções (características) que você está considerando. Pergunte:

  • “Dentre essas soluções, qual delas você acharia mais útil?” e;
  • “Se essa funcionalidade específica estivesse ausente, seu problema ainda seria resolvido?”.

Passo Quatro: Experimente como se não houvesse amanhã!

Uma vez que você tenha completado a lista, é hora de criar o seu Produto Mínimo Adorável (MLP) com as características que têm um equilíbrio sólido entre valor e risco. Lembre-se que o objetivo do MLP é conquistar o coração de alguém com o seu produto.

 

Agora, comece a conceber alguns testes. Lembre-se de que nesta fase você ainda não construiu nada concreto.

Pesquisas e Protótipos

Imagine elaborar um questionário ou sondagem para enviar por e-mail – você pode também aproveitar plataformas que facilitem essa tarefa. Caso possa dar um passo adicional, crie um protótipo interativo e deixe os usuários brincar com ele.

Uma abordagem que muitas vezes utilizo é imaginar tarefas que eu esperaria que o usuário realizasse e testá-las simplesmente através de mockups e wireframes de baixa fidelidade, que podem ser feitos com no Balsamiq, no Pencil ou ainda diretamente no Google Drive utilizando excelente extensão do DRAWIO.com.

Lembre-se de variar a ordem das opções de resposta: onde as pessoas clicam é influenciado pela posição em que as opções estão dispostas.

Muita atenção nessa hora senhores: ao fazer perguntas fechadas, estou possivelmente influenciando a direção na qual o usuário deve seguir, limitando sua capacidade criativa.

Você pode evitar, ou ao menos diminuir a contaminação dos feedbacks dos usuários com essa técnica que utilizo:

  1. Comece com uma pergunta de escolha limitada (por exemplo, “Você estaria interessado em…?”) – se a resposta for negativa, não é necessário prosseguir. Para aqueles que responderem afirmativamente, apresente uma segunda pergunta aberta;
  2. Experimente começar com uma pergunta de múltipla escolha, porém bastante ampla, incluindo também a opção “Outra”. Com base nas respostas mais frequentes, conduza uma segunda pesquisa com perguntas mais detalhadas.

Vale ressaltar a importância de variar a ordem das opções de resposta: onde as pessoas clicam pode ser influenciado pela posição em que as opções são apresentadas.

Passo Cinco: Abracadabra, Produto Mínimo Adorável!

Após coletar todas as respostas e analisar os insights, é importante refinar com mais precisão as especificações do produto ou funcionalidade antes de iniciar o desenvolvimento.

Lembre do que foi destacado no segundo passo: no início, execute manualmente tudo o que for possível. Isso permite testar e validar as ideias de forma mais ágil e eficiente, identificando possíveis problemas e ajustes necessários antes de investir em desenvolvimento automatizado.

Dessa forma, é possível economizar tempo e recursos, garantindo que o produto final atenda às expectativas e necessidades dos usuários.

Passo Seis: Aprenda, corrija e impulsione!

Após o lançamento, reúna o máximo de dados possível sobre as verdadeiras experiências dos usuários. Preste atenção também ao que os usuários fazem de “errado” – isso pode ajudar a compreender o que é realmente adorável.

Por exemplo, já percebemos que em certas páginas onde temos apenas uma imagem e uma pequena descrição, muitos usuários em dispositivos móveis clicavam no lado direito da imagem, o que indicava que eles esperavam encontrar uma galeria, mas a imagem era única.

Continue, portanto, a iterar, melhorando progressivamente os pontos mais fracos. Após otimizar o seu produto para proporcionar uma experiência “fantástica” aos primeiros usuários, você pode então começar a automatizar todos os aspectos e buscar a escalabilidade.

Neste ponto, só me resta desejar-lhe boa sorte!

Espero que este guia possa ser valioso no lançamento do seu próximo produto de sucesso. Se tiver alguma pergunta, curiosidade ou ideias diferentes, não hesite em me escrever! Fico muito contente em poder ajudar com qualquer discussão que você queira ter.

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